Universo variável, ao sabor dos tempos próprios de reprodução da fauna que migra, que incha e enche as areias.
Apontam tartarugas; peixinhos dançam, cosqueando nossas pernas e...
os pés pisam no cobertor de estrelas-bolachas. Praias de conchas, inteiras, quebradas, fartura do mar.
Não tudo sempre de uma vez, mas ao sabor dos tempos de reprodução da fauna que migra, que incha e enche as areias. Universo variável e variante.
Na volta do trabalho me deparo com o colorido pintado pelo sol, o contraste das nuvens baixas, o efeito do negrume recortado em sombras no horizonte.
Os dias cada vez mais curtos - afinal, estamos no outono - abreviam as horas. Mas é possível apreciar o deitar do astro na curva, o céu ainda de um azul intenso.
Se na montanha tinha eu amplos horizontes, aqui ganho céus. Céus recortados, desde São Paulo até Praia Grande e até Peruíbe e Itariri. Talvez até mais longe.
As chuvas no longe aqui são nuvens no esticar dos olhos; do outro lado, recortes de tons variados de azuis e nuvens divertidas em colorido, formato e plumagem. São brinquedos de observar.
Então sinto os ventos e adivinho - ou não - as chuvas que chegam. Sou matuto, caiçara, integrada nos cheiros do lugar. A natureza se comunica e eu ouço. Posso sabê-la sentindo seus recados na pele, no canto ou silêncio dos pássaros, tantos aqui.
Meu paraíso, bela Itanhaém, minha casa.
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