Turista brasileiro é, em grande parte, mal educado: a música alta, o falar alto, o lixo nas ruas e nas praias, o não respeitar as leis de trânsito nem os horários...
Morar na praia é ótimo... até que venham os turistas mal educados.
Turista brasileiro é, em grande parte, mal educado: a música alta, o falar alto, o lixo nas ruas e nas praias, o não respeitar as leis de trânsito nem os horários dos coletores.Se a falta de educação (como a educação) nasce (e cresce) em casa, é ela sentida em cada canto pisado pelo faltoso.
Um desabafo, depois de duas noites mal dormidas, ao som (som???) do auto-falante daqueles que alugaram a casa ao lado: funk, samba, pagode, sertaneja, MPB. Minha cabeça não pensa. Lateja.
Amanhã, segunda-feira, estarei um bagaço.
O problema não é o repertório (ou a maioria dele), mas o incômodo de ouvir, em volume não habitual, músicas que nos são impostas, durante o dia e à noite (ou melhor, durante dias e noites).
Também não é tão grave, vez que não é comum (nos acostumamos com um profundo e abençoado silêncio, quebrado pelo rugido grave do mar e o pipilar dos passarinhos) e tem solução. Basta levantar (mais) o muro. Desta vez, três metros serão suficientes: menos ar para nós, menos luz para a piscina vizinha.
O vizinho barulhento
Então penso naquelas situações em que reclamam do muro do vizinho: falta de luz, de ar, acabamento. Será que o muro não é a resposta para tanta interferência, tanto mal estar?Penso naqueles que convivem com o inferno de ter vizinho de apartamento que grita, tem crianças barulhentas, ouve música, usa sapatos de saltos altos. Este tem às mãos menos soluções, mais caras e pouco produtivas.
Deixe seus maus hábitos em casa. Dentro dela.
Minha indignação não se restringe aos vizinhos, vez que os que tenho - salvo a desonrosa exceção - são civilizados. Ela abarca os turistas que levam seus maus hábitos para passear.Nas segundas-feiras, em que não há coleta de lixo, inúmeras casas têm, como é hábito nos finais de semana ensolarados, nas calçadas ou nos suportes, sacos e sacos de lixo, para serem dilacerados pelos pombos e o prazer de cães, gatos e urubus. Lixo que boia até os rios, com destino ao mar (sempre ao mar). O mesmo mar que buscam os turistas, ansiosamente, para se refrescar e contar vantagem para os amigos.
Evitamos ir à praia entre o Natal e os primeiros dias de janeiro: sempre limpa e pouco frequentada, se transforma em depósito de lixo, sugado pelas ondas de águas transparentes e varrido, todas as manhãs, pelas máquinas da prefeitura.
Talvez eu exagere, se comparar as praias de Itanhaém com qualquer outra, apinhada de guarda-sóis coloridos e gente "sem noção". Mas é um despropósito usar dinheiro público para colher as "lembranças" dos vândalos da natureza.
Enquanto as escolas brasileiras não ensinarem as crianças que o limpar (e também o não sujar) é honroso, que direitos existem e devem ser respeitados, não vejo solução, a não ser usar a criatividade: muros, plantas, vasos, saquinhos plásticos.
Mas o que estou falando?
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